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SALINA, UMA VIAGEM QUE REMETE AO UNIVERSO AFRICANO

  • Texto: Patricia Azevedo | Fotos: Lu Valiatti
  • 29 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

O espetáculo “Salina, a última vertebra” é uma verdadeira imersão no universo africano atemporal.


Idealizado pelos diretores da Cia Amok, Anna Teixeira e Stephane Brodt, e dramaturgia de Laurent Gaudé, começam a colher os frutos de um árduo trabalho de pesquisa cênica junto ao elenco, composto principalmente por atores negros. O grupo que solidifica- se por razão de sua forte identidade e perfeição de jogo cênico.


A peça conta a saga de Salina, interpretada pela atriz Ariane Hime, que casada à força é violada por seu marido, dando à luz Murmure Djimba, um filho que ela detesta tanto quanto o pai.


Acusada de deixar o esposo morrer agonizante num campo de batalha, é exilada no deserto, o ponto mais mais alto da atração é protagonizado pela atriz Sol Miranda, realizando o desfecho dramático em um ato de altruísmo a favor da figura desonrada de Salina.


A peça poderia ser vista como uma tragédia clássica grega devido a seu formato, um narrador e dois atos, mas a encenação e a complexidade do conteúdo tão envolvente nos levam a uma espécie de mergulho no realismo fantástico místico de uma África atemporal.


A apresentação não chama atenção apenas pela riqueza de detalhes, mas sim pela forte encenação dramática.


Segundo a atriz Cici Antunes, que assistia à peça pela primeira vez, confessa ainda não ter conseguido conter a emoção logo nos primeiros quinze minutos do espetáculo.


A temporada que estreitou em São Paulo no início do mês de Março, tem tido uma ótima repercussão e sucesso de público, segundo atriz Sol Miranda, o sucesso deve se ao trabalho em conjunto do grupo e a rotina de ensaios e preparo oferecidos pela Cia Amok de Teatro. Acrescenta ainda que mesmo não sendo o foco da Cia abordar a questão politica racial, somente pelo fato de apresentar a peca em uma cidade do Sudeste do Brasil como São Paulo, torna-se uma inciativa fato de grande importância para a representatividade da militância negra.


As crítica sobre a peça no circuito cênico também tem sido muito positiva, a montagem obteve muitas indicações como o prêmio Shell em 2015, assim como prêmio APTR c para a atriz Graciana Valladares, como melhor atriz coadjuvante. Segundo Grazi, como é carinhosamente chamada por seus amigos de elenco, comenta que se sentiu muito feliz com a indicação e surpresa, mas ressalta que o mérito é de todo o elenco e que o

cuidado e preocupação técnica da direção com todo o grupo tem tido um resultado que transparece diretamente no trabalho de palco, assim como a energia e sintonia do grupo, algo que é visível tornando cada apresentação única.


A coreografa e também atriz do grupo Tatiana Tibúrcio, frisou que a composição da coreografia e encenação trazem muitos elementos da matriz Africana, no entanto preocupou se em representar forma simbólica e lúdica, respeitando a religião dos orixás exaltando o cênico e não o ritual religioso.


Para o ator Thiago Catariano, sua performance é representada em cada simbologia e leva uma mensagem de resistência em cada texto, assim como também é uma uma forma de posicionamento politico do povo negro, completa que se sente responsável em perpetuar a representatividade da arte e cultura afrodescendente em seu trabalho quando esta no palco. Para os interessados ainda é possível conferir a performance no teatro do Sesc Belenzinho aos sábados e domingos, mas somente até o ultimo final de semana de abril, quando a companhia se prepara para desbravar outros universos imaginários e nos presentear com seu talento e arte.


Programação: Sesc Belenzinho


 
 
 

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