RUTHE MACIEL
- Arte: Stephanie Ribeiro
- 26 de abr. de 2015
- 1 min de leitura

Na fila do supermercado
Todos me conheciam
Vou lá toda manhã
Só não em feriado
Posicionei-me na fila
Havia uma branca que muito se esguia
Desviei meu olhar
Voltei a sorrir
Até que inesperadamente a moça de alma vazia
Me desrespeitou como pedra fria
Achando ela que eu fosse me curvar
Diante dessa imensa porcaria
Provida da educação que faltaram lhe dar
Acusou-me de ladra
O eco tomou conta do ambiente
Chamando atenção de tanta gente
Que me olhavam com foices de culpada
Disse-lhes:
Sou moça negra e competente
Podem desviar os olhos que muito fazem me sentir discriminada
Nem por mil réis deixo ser tomada por tal mente
Que tão pouco desconfio
Que está contaminada
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